Eu passei anos a tentar entender como é que a nossa intuição comunica connosco.
Eu sempre soube que somos seres intuitivos, no entanto, eu não sabia distinguir a minha intuição de todas as outras vozes que ouço na minha mente.
Eu não sabia distinguir a diferença entre voz da minha intuição e a voz medo, ansiedade ou do excitamento.
Todos nós temos inúmeras vozes que falam connosco constantemente, e por isso, às vezes torna-se difícil entender qual voz é qual.
Hoje venho partilhar convosco como aprendi a distinguir a voz da minha intuição entre todas as outras vozes dentro de mim.
A voz da Intuição
A nossa intuição é a voz das nossas ideias e inspiração, lembranças ou avisos.
A nossa intuição é nos transmitida através do nosso subconsciente.
Por sua vez, o subconsciente situa-se no lado direito do nosso cérebro e é a nossa biblioteca de memórias e conhecimento que vamos adquirindo ao longo da nossa vida.
A ideia e inspiração vêm da nossa essência, da nossa sabedoria.
A lembrança vem das nossas memórias.
O aviso vem do nosso discernimento.
Ideia e Inspiração
Já reparaste que recebemos ideias?
Repara, tu recebes. Não é um processo que tu possas controlar.
As ideias e inspiração aparecem de repente, como se caíssem do céu.
E se tu observares ainda mais de perto, vais reparar que na maioria das vezes é quando a tua mente NÃO está focada no problema/assunto mas sim quando estás focada no que estás a fazer com o teu corpo físico, no presente momento e a tua mente está tranquila, quase que em silêncio.
Por exemplo, imagina que estás a aspirar a casa ou a cozinhar, e a tua mente está inteiramente focada no que estás a fazer; não estás a pensar em nada, estás pura e simplesmente presente no que estás a fazer.
É exatamente nestas alturas que recebemos ideias e inspiração.
Quanto mais focados estivermos naquilo que o nosso corpo está a fazer ou a sentir, mais silêncio se vai fazer na nossa mente, e isso, chama-se – Estar em modo recetivo.
Inspiração é única, vem de ti, não existe igual em lado nenhum.
Inspiração é a voz da tua criatividade, da tua assinatura neste mundo.
Inspiração vem de dentro, expressa-se e iguala a tua essência.
Mais uma vez, não é um processo racional nem tão pouco algo que te tenha sido ensinado. É-te pura e simplesmente natural.
Lembrança
A lembrança que vem do nada, sem ter sido “acionada” por algo exterior a nós como um lugar ou uma fotografia; aquela lembrança que vem a ti quando estás a comer bolachas e nem sequer estás a pensar em nada; essa lembrança é SEMPRE a tua intuição.
Conforme as lembranças que revives, cabe-te a ti desvendar o porquê de que essa memória está a chamar a tua atenção.
Será que é algo que precisas de te lembrar porque é importante?
Será que é uma emoção que precisa de ser sentida e expressada?
Será um medo que precisa ser reconhecido por ti?
Será que é uma ferida ou mágoa que está a afetar o teu presente e precisa ser curada?
Será que é um padrão de comportamento que precisa da tua atenção?
Seja o que for, essa lembrança está ai a bater à porta porque precisa da tua atenção.
Aviso
O aviso vem quando o nosso discernimento nos diz “eu não devia” ou “eu devia”, “isto é bom” ou “isto é mau”.
Na maioria das vezes eu recebo avisos não sobre as minhas circunstâncias mas sim relativamente aos meus comportamentos e à maneira como eu estou a ver e a lidar com o mundo à minha volta.
Ou seja, por exemplo, quando eu repito padrões de comportamento que já não me beneficiam, eu sinto emoções que me mostram que eu não devia estar a repeti-los, como por exemplo mau estar.
Então, ai, através desse mau estar eu vejo que algo está errado.
O nosso estado natural é de conexão, tranquilidade, energia, harmonia e equilíbrio.
A partir do momento em que passamos mais tempo ansiosos, apáticos, desmotivados, etc., isso é um aviso bastante claro de que algo está errado na nossa vida.
Por isso é que é tão importante nós pararmos e olharmos para dentro.
Não nos vale de nada ficar a chorar pelo leite derramado para sempre sentindo-nos as vítimas da vida ou desistirmos de lutar pelo nosso direito de nos sentirmos felizes.
O aviso do mau estar diz-nos que enquanto não fizermos nada para mudar, ou as nossas circunstâncias, ou a maneira como nós as vemos, vamos continuar a sentir essas emoções e por consequência estamos a permitir-nos sermos infelizes.
Este aviso diz-nos, “muda de caminho”, “escolhe outra porta”, “escolhe a mudança”.
Por outro lado, quando sentimos borboletas no estômago e passamos o tempo inteiro a pensar naquilo que nos está a provocar essas borboletas por mais que nos tentemos abstrair, esse é um lindo e claro sinal de “vai em frente”, “é por aqui que deves ir”, “caga no medo, bora”.
Ou então quando do nada sentimos uma vontade enorme de fazer algo ou ir a algum lugar e principalmente quando essa vontade é espontânea, é normalmente um sinal de que devemos fazê-lo.
Nós só entendemos e reconhecemos realmente o valor da intuição na nossa vida quando decidimos explorar esse desconhecido de mente e coração abertos.
Aquele que tiver um espírito aventureiro, curioso, genuinamente faminto por autoconhecimento, é aquele que vai experienciar a magia dessa viagem.
Aquele que se questiona sobre o que existe para além de factos, por águas nunca antes navegadas, por manter a tradição do humano desde a sua mais primária natureza – descoberta – é o que vai encontrar as respostas a todas as suas questões.
No entanto, essa descoberta deixa de ser só no mundo físico quando nos apercebermos que temos um mundo inteiro cá dentro.
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E por último, um gigante obrigada por estares aqui!